terça-feira, 9 de novembro de 2010

Semana Nacional de Ciência e Tecnologia na capital federal Evento de âmbito nacional aberto ontem em Brasília e com programação paralela em outras capitais propõe que a prática de atividades científicas seja ligada ao meio ambiente

A 7ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, promovida em todo o Brasil pelo Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), deu início ontem, na capital federal, a debates, oficinas e palestras sobre a importância da ciência para a criação da responsabilidade ambiental. Com o tema Ciência para o desenvolvimento sustentável, a SNCT 2010 traz como proposta o estímulo à produção tecnológica e científica que permita a utilização da biodiversidade brasileira sem causar prejuízos ao seu desenvolvimento. Em Brasília, 67 instituições de ensino e de incentivo à pesquisa estão presentes no evento, que ocorre simultaneamente em todos os estados até domingo. A novidade é o espaço de tecnologia social, que reúne trabalhos de reciclagem e aproveitamento de resíduos em projetos sociais e artísticos.
A abertura, realizada na tarde de ontem na Esplanada dos Ministérios, contou com a presença do ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende. "O Brasil vem avançando em áreas de pesquisa como a nanotecnologia e a biotecnologia. Somos líderes mundiais em estudo de biocombustíveis e nossos cientistas são premiados internacionalmente. Isso reflete a necessidade de se investir cada vez mais em discussões para a melhora da pesquisa e, principalmente, em mostrar para os jovens as oportunidades que a ciência aplicada pode trazer para a sociedade e para o meio ambiente", afirma o ministro.
De acordo com o diretor do Departamento de Difusão e Popularização de Ciência e Tecnologia do MCT, Ildeu Moreira, a participação de estudantes e da população em geral é importante: “Queremos mostrar que a ciência pode ser aprendida de forma dinâmica e interessante. O cidadão, assim como o estudante e o cientista, precisa conhecer e dominar temas do meio tecnológico para a criação de uma consciência mais participativa".
Arte e educação

Carla Castanho, professora do Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em desenvolvimento de jogos, é uma das profissionais que vão se apresentar no Pavilhão da Ciência, ao lado de graduandos de ciência da computação e de desenho industrial. A pesquisa, desenvolvida pelo grupo com o apoio do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), tem a meta de desenvolver a educação ambiental para crianças entre 7 e 13 anos de forma interativa.
"O jogo simula uma cidade onde, em cada lugar, a criança deverá executar tarefas para a preservação do local em que vive", detalha o programador Danilo Trindade, estudante de ciência da computação da UnB. Os exercícios estimulam quem está jogando a adotar melhores opções para coleta seletiva, separação de resíduos, reaproveitamento de lixo e reciclagem, além de ensinar à criança a importância da responsabilidade ambiental. "Ao mesmo tempo em que temos a oportunidade de colocar em prática noções de programação e desenvolvimento de jogos, as crianças nos auxiliam no teste e no aprimoramento do jogo. Fora a contribuição que podemos dar para o ensino deles, que acabam por aprender sobre meio ambiente brincando", comenta Danilo.
A arte sustentável também está presente. O grupo de teatro contemporâneo Udi Grudi mostra os instrumentos musicais utilizados em seus espetáculos. Tudo feito a partir do reaproveitamento de lixo, como canos de PVC, madeira, ladrilhos, arames e plástico. Márcio Vieira, ator e músico do grupo responsável pelas criações sustentáveis, explica que o trabalho do Udigrudi auxilia no estudo da música e na construção da consciência. "Os jovens ficam fascinados ao ver as possibilidades existem para a construção de novos sons e novas ideias."
Para Arquidamea Josefa Dunice, diretora pedagógica do Instei Centro de Ensino da Ceilândia, explorar desde cedo o uso da ciência e da tecnologia no dia a dia de jovens nas escolas é essencial para estimular o gosto pelo conhecimento. "Precisamos mostrar ao jovem suas capacidades para a geração de novas ideias e tecnologias. A ciência precisa ser desmistificada e usada a favor da educação." Ao lado de 10 alunos do Instei, ela vai apresentar trabalhos de robótica, física e lógica, desenvolvidos em parceria com a Universidade de Brasília e com alunos de escolas públicas do DF.

A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia realizará em todo o país cerca de 10 mil atividades em 325 cidades com a participação de 630 instituições ligadas à ciência, tecnologia e inovação. As seis edições anteriores da SNCT atraíram cerca de 5% da população brasileira, segundo o MCT.

Um comentário:

  1. Orgulho de qualquer professor, sou um grande privilegiado por Deus, ele permitiu que eu as conhecesse e fizesse parte, mesmo que pouco, do processo de formação acadêmica de vcs. Parabéns meninas, Deus as abençoe sempre. Waldir Cunha.

    ResponderExcluir