terça-feira, 13 de outubro de 2009

Estudantes de colégio particular ajudam a ressocializar crianças abandonadas pelos pais


Estudantes de colégio particular ajudam a ressocializar crianças abandonadas pelos pais
Elisa Tecles
Publicação: 09/07/2009 08:00 Atualização: 09/07/2009 08:02
Tudo começou com a vontade de ajudar o próximo. Mas arrecadar doações não era suficiente — o grupo de 20 adolescentes queria fazer a diferença na vida das pessoas. Eles decidiram dedicar tempo e carinho para levar alegria a crianças carentes. Alunos do colégio Leonardo da Vinci criaram o grupo Irmão mais velho, em parceria com o projeto Aconchego, entidade civil com atuação no DF. A prioridade do projeto é promover a convivência familiar de crianças que vivem em abrigos.O grupo se reúne a cada duas semana para visitar a Casa de Ismael, na Asa Norte. A ação começou há um ano, com o encontro de adolescentes interessados em fazer trabalho voluntário. Eles montaram uma caixa de brinquedos para usar com as crianças abrigadas e planejaram dinâmicas para animar os encontros. Em pouco tempo, todos reaprenderam a pular corda. Bola de vôlei, peteca e lápis de cor viraram as ferramentas mais importantes da equipe. “A gente não vai só para brincar, mas para escutá-los também”, lembrou o estudante Daniel Lima, 18 anos.

Os alunos com o auxiliar de disciplina Viuldê Macedo (quarto a partir da esquerda): visitas sempre avaliadasA estudante do 2º ano Gabriela Zeni, 16 anos, nunca havia participado de uma ação parecida. “Conheci uma outra realidade da qual eu não tinha nem noção”, comentou. Antes das visitas, os alunos passam por orientação psicológica para lidar com os problemas relatados pelas crianças do abrigo. Elas aprendem a ouvir histórias complicadas e administrar a situação. Nessas horas, entendem que as crianças não precisam só de ajuda material, mas de um pouco de carinho. “Muita gente vai lá, entrega as coisas e vai embora. A gente conversa, sabe da vida deles”, afirmou Daniel.Durante as visitas, os estudantes se acostumaram a ouvir histórias de vida marcadas por violência e abandono. Eles ainda se abalam quando escutam um caso difícil, com elementos desconhecidos para quem foi criado em uma casa de classe média ou alta. “Nós temos o dobro da idade de algumas crianças e nunca passamos por nenhuma situação parecida com as delas. Não deveria ser assim”, completou Gabriela.CompanhiaAs crianças atendidas pelo projeto foram afastadas da família por decisão judicial e algumas aguardam adoção. Parte delas mantém contato com familiares e recebe visita de parentes. Outras são apadrinhadas e passam o fim de semana na companhia de voluntários. “Apesar de eles não estarem com o pai e a mãe, têm nossa companhia”, comentou Letícia Mendes, 16 anos. Os estudantes tentam passar aos meninos e meninas do abrigo valores como companheirismo e amizade.O grupo sempre faz as visitas acompanhado pelo auxiliar de disciplina do colégio, Viuldê Macedo. Ele deixa de lado a formalidade do trabalho e entra nas brincadeiras. “Quando terminamos, nos reunimos lá fora para falar sobre o que cada um sentiu, o que foi feito naquele dia”, disse. Para a diretora pedagógica da Unidade Sul do Leonardo da Vinci, Márcia Nunes, o voluntariado é percebido como um diferencial dos jovens no mundo todo e uma oportunidade de crescimento para os alunos. “É uma experiência muito rica para eles. Certamente, eles estão sendo transformados e serão pessoas diferentes”, frisou.» Como ajudarA equipe do Irmão mais velho também conta com doações para levar à Casa de Ismael nas próximas visitas. Eles estão recolhendo roupas de cama, cobertores, travesseiros e casacos para o frio. Também são aceitos alimentos, brinquedos ou material de limpeza. O material deve ser entregue no Leonardo da Vinci da 703 Sul (procurar Macedo). Quem quiser participar de outras iniciativas do projeto Aconchego pode entrar em contato pelo e-mail
projetoaconchego@tba.com.br. Correio Brazilienze.

Acessado em: 13/10/09 ás 23:30

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