Capacitação profissional e inclusão social são principais cobranças
Priscila Rodrigues
No próximo domingo, dia 26 de setembro, será comemorado o Dia Nacional do Surdo, e na última terça-feira, dia 21, foi comemorado o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência. Para ressaltar a importância dessas datas, o Instituto Cultural, Educacional e Profissionalizante de Pessoas com Deficiência (ICEP-Brasil) realizou, ontem, uma passeata com o objetivo de chamar a atenção das autoridades para a implantação de medidas que visem melhorar a qualidade de vida dos surdos do Distrito Federal. O movimento saiu da Praça do Museu da República, na Esplanada dos Ministérios, e seguiu para a Praça dos Três Poderes para entregar o manifesto contendo as reivindicações desta parcela da população ao Presidente da República.
O movimento do ICEP-Brasil reivindica o uso da linguagem em Libras como primeira língua na educação dos surdos, contratação de professores surdos no ensino especial, educação de qualidade, cursos de qualificação profissional, abertura do mercado de trabalho, utilização da expressão em Libras em provas de concurso público, legendas nos transportes públicos, intérpretes em todas as escolas e faculdades, apoio governamental para as instituições, entre outros anseios. No DF, existem aproximadamente 94 mil surdos. No entanto, a educação inclusiva dessas pessoas não condiz com a realidade. A deficiência auditiva, conhecida como hipoacusia ou surdez, é a incapacidade parcial ou total da audição. Pode se manifestar após o nascimento ou ser causada por alguma doença.
transformação social
O ICEP-Brasil foi fundado em 1999. Desde o início, sua missão é lutar por melhores condições de vida das pessoas com deficiência, trabalhando em prol da qualificação profissional. “Tenho a visão de que futuramente nosso instituto seja reconhecido como agente de transformação social que visa a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência”, disse o presidente da entidade, Sueide Miranda.
As principais metas da instituição são a busca pela educação, profissionalização e encaminhamento dessas pessoas para o mercado de trabalho. Mais de 4 mil pessoas já foram qualificadas, e houve inclusão de aproximadamente três mil cidadãos em empresas Públicas e Privadas do Distrito Federal.
Segundo Miranda, o objetivo é que toda a sociedade tenha acesso ao curso de Libras para que facilite a comunicação dos deficentes tanto em casa como no trabalho, escolas, faculdades e locais públicos. Além do curso de Libras ministrado pelo ICEP-Brasil, existem programas voltados para outros tipos de deficiência física. O projeto Oficina Adaptada para Fabricação de Cadeiras de Rodas, cujo intuito é produzir cadeiras de rodas, fornecer peças componentes e prestar serviços de assistência técnica, é desenvolvido em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em todo esse processo, é utilizada mão-de-obra dos portadores de necessidades especiais.
Existe também o Curso Profissionalizante do Primeiro Emprego, que consiste em realizar oficinas que desenvolvem atividades de formação e qualificação profissional com pessoas portadoras de deficiência na área administrativa. Além disso, a instituição apresenta uma série de projetos, como o Programa de Apoio Educacional e Profissionalizante; Programa de Apoio Cultural; Programa de Apoio de Assistência Social; Programa de Apoio ao Esporte Para desportivo; Programa de Apoio Inter-Institutional; Programa de Apoio a Saúde; Programa de Distribuição de Cestas Básica e Kit de Higiene Pessoal e Programa de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Conscientização Social.
Entre as ações de conscientização, a presidente do Conselho dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Coddede-DF), Márcia Muniz, destaca a realização de uma palestra sobre os direitos da pessoa com deficiência no Centro de Ensino Especial de Brazlândia, voltada para os alunos, pais e professores.
Nos dias 29 e 30 deste mês, o Coddede-DF participará especialmente no Fórum do Trabalho da Pessoa com Deficiência, realizado no Museu Nacional de Brasília. O evento será promovido pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais do Distrito Federal (Apae-DF). O fórum irá apresentar e discutir a realidade profissional dessa parcela da população, e as inscrições são gratuitas.
Para mais informações, ligue no (61) 2101-0463.
Disponivél em:http://www.tribunadobrasil.com.br/site/?p=noticias_ver&id=29448. Acessado em: 23/09/10 ás 17h25.
Nenhum comentário:
Postar um comentário